Por que as cracolândias não acabam?
Para ele, as cracolândias continuam existindo sobretudo por falta de disposição do Estado em aplicar a lei.
Quais são as alternativas imediatas para acabar com as cracolândias?
A cracolândia, portanto, é uma junção de criminosos e pessoas com problemas de saúde mental. Surpreendentemente, também segundo a Unifesp, a resposta mais comum para a saída dos usuários da cracolândia é a oportunidade de trabalho (44%), seguida pelo amparo familiar (32%) e pela oferta de moradia (20%).
Por que manter o policiamento na cracolândia?
A Secretaria da Segurança Pública afirma ainda manter o policiamento na cracolândia “com equipes das polícias Civil e Militar para, além de combater o tráfico no local, prestar apoio às equipes de saúde e assistência social”. A pasta informa ainda que o departamento de narcóticos (Denarc) prendeu 162 traficantes na região desde 2015.
Segurança pública
Em geral, houve consenso sobre a importância do policiamento ostensivo para coibir a atuação de traficantes e evitar que as drogas cheguem aos usuários na cracolândia.
Saúde
Cuidar dos usuários de drogas, tirá-los das ruas e oferecer tratamento médico até que eles tenham condições de retomar suas vidas também é uma política unânime entre os entrevistados. Mas a internação compusória, aposta da gestão Doria, divide opiniões.
Assistência social
Segundo a Prefeitura de São Paulo, desde a megaoperação policial de maio equipes de assistência social fizeram 12.687 abordagens na região da cracolândia, com 7.049 encaminhamentos para acolhimento em equipamentos públicos e 5.638 recusas de atendimento.
A solução policial para a cracolândia
Apesar de as autoridades de segurança pública atuarem apenas pontualmente na região da cracolândia, alguns promotores paulistas acreditam que a Guarda Civil Metropolitana (GCM), subordinada à prefeitura, tem se excedido. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) moveu recentemente uma ação contra a atuação da GCM na área.
Câmeras para denunciar atuação de guardas municipais na cracolândia
A ação do Ministério Público de São Paulo contra a atuação da GCM é embasada, em parte, por um dossiê da Craco Resiste, uma organização fundada durante o mandato do então prefeito João Doria, iniciado em 2017. Na época, o tucano prometeu acabar com a cracolândia – e de certa forma, conseguiu, por alguns dias.
Resistência à internação compulsória
Um dos temas mais controversos quando se debate o uso de crack é a possibilidade de internações compulsórias, independentemente da vontade do dependente químico. O princípio é o de que o crack tem um efeito tão devastador que muitas pessoas não têm nem sequer condições de optar por um tratamento. Mas a política enfrenta forte resistência.
A somatória de ações pode levar à melhora da situação. Mas, isso só ocorrerá com uma resposta sustentada por medidas permanentes
No último dia 21 de maio, teve início uma grande operação contra o tráfico de drogas na região conhecida como cracolândia, no bairro da Luz, centro da capital paulista, contando com agentes das polícias civil e militar de São Paulo.
O exemplo dos EUA
Combater o tráfico é importante para solucionarmos o problema da cracolândia? Não tenha dúvidas. Podemos usar como exemplo disso as ações tomadas no combate ao crack pelo FBI e demais autoridades americanas nos anos 90.
É possível acabar com a cracolândia?
No caso específico da cracolândia no centro da capital, a região está sendo cada vez mais beneficiada com a linha de cuidados estruturada pelo programa Recomeço, que inclui medidas de baixa complexidade, até procedimentos terapêuticos de alta complexidade, contando, inclusive, com o suporte da rede de clínicas e comunidades terapêuticas no Estado, voltada tanto para a desintoxicação como ao apoio social aos usuários de drogas.